quarta-feira, 14 de setembro de 2011

A experiência deste blog


Há aproximadamente um mês eu pouco sabia sobre Educação a Distância...Sabia o que era, mas não estava acompanhando as discussões sobre o assunto. Depois que comecei a fazer o curso Metodologias e Gestão para Educação a Distância, tive a oportunidade de ler bastante sobre o tema, não só o material das aulas, como também muitos artigos em diversos blogs. Além disso, assisti a muitos vídeos, comentei em outros blogs e acompanhei os comentários dos outros leitores.

A experiência de criar este blog foi excelente! Procurei incluir parte do material do curso e, assim, oferecer informações mais sólidas sobre o tema e, ao mesmo tempo, incluí minha própria pesquisa: informações sobre matérias que li em outros blogs e também um resumo da troca de comentários entre os leitores das respectivas matérias. Ao analisar os comentários, procurei também buscar os consensos e divergências de opiniões e publiquei minhas conclusões neste blog.
 
Abaixo, agrupei alguns temas e fiz um breve resumo dos debates que encontrei e participei durante minhas leituras até o momento. Incluí também uma reflexão sobre a minha participação nestes debates, destacando o que aprendi e como minhas opiniões se modificaram.

o papel da tecnologia na EaD;
fatores fundamentais para a qualidade de um curso a distância;
ferramentas e atividades que podem ser usadas em EaD

Em relação a essas três questões, observei que o papel da tecnologia deve ser sempre o de facilitar o processo de aprendizagem, atuando como um meio para desenvolver um bom ensino. Os recursos tecnológicos são importantes e podem ser usados (inclusive os mais recentes como redes sociais, microblogs, etc), mas é fundamental que haja uma proposta pedagógica bem estruturada e professores/ tutores qualificados. Somente com esse conjunto de fatores bem montado um curso a distância pode oferecer um ensino de qualidade. Essa visão costuma estar presente nos debates sobre o tema.
Essa discussão foi importante, pois pude entender com mais clareza que há uma ampla gama de recursos tecnológicos (como apresentado na aula 01) e que, de acordo com o objetivo da aula ou curso e o perfil dos alunos, deve-se definir quais tecnologias adotar.
 
a mudança de papel do aluno e do professor;
expectativas e objetivos do aluno que busca um curso a distância

É comum o aluno escolher um curso a distância por considerar que será mais fácil do que o curso presencial. Entretanto, esse aluno costuma mudar de opinião durante o curso ao se deparar com o desafio de ter que organizar seus estudos, seu tempo e cumprir as tarefas no prazo. Disciplina, organização e autonomia são características necessárias para o aluno ser bem sucedido na modalidade EaD, uma vez que ele deve estudar e pesquisar muito material por conta própria.
Inicialmente, eu também compartilhava a opinião de que um curso a distância exigiria menos do que um curso presencial. Com as leituras que fiz, os depoimentos de outros alunos e, principalmente, minha própria experiência como aluna na modalidade a distância, minha opinião foi bastante modificada e atualmente concordo que o aluno precisa ser autônomo e se dedicar bastante para fazer um bom curso. Este debate me ajudou a entender melhor como os papeis de aluno e professor se alteram com a EaD.
Também me surpreenderam os dados de uma pesquisa comparando o desempenho no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) de alunos na modalidade EaD e na modalidade presencial cuja conclusão aponta que alunos de cursos a distância mostraram desempenho superior em várias áreas.
Um outro aspecto relevante refere-se ao imenso fluxo de informações disponíveis na internet e como organizá-las, selecionando o mais importante e evitando a dispersão. Em um dos blogs, leitores debateram sobre uma palestra de Pierre Lévy sobre o tema e muitos comentaram que se sentem perdidos frente a tanta informação. Na discussão, destacou-se justamente o papel do professor/ tutor, que deve orientar o aluno sobre como organizar a informação e também filtrar o conteúdo, oferecendo ao aluno o material mais adequado para aquela situação.
Essa ideia é coerente com o que vimos no curso a respeito do novo papel do professor que passa a atuar mais como um guia, um mediador dos processos de aprendizagem.

Argumentos favoráveis e desfavoráveis

Pude observar que o tema da Educação a Distância ainda gera muita controvérsia, apesar do crescimento do número de cursos oferecidos e alunos matriculados nesta modalidade de ensino. Por um lado, os argumentos favoráveis a essa modalidade costumam apontar para a flexibilidade de horário, a vantagem de não precisar se deslocar até o local da aula, o custo inferior a um curso presencial e a inclusão no processo educacional – muitas pessoas não teriam condições de freqüentar um curso presencial, pela falta de tempo ou dificuldade de deslocamento.
Por outro lado, muitos ainda não se sentem confortáveis com o fato de não compartilharem o mesmo espaço físico com o professor e demais estudantes por sentirem que há uma perda significativa, uma vez que a relação pessoal é importante no processo de aprendizagem e as trocas presenciais podem ser muito ricas. Outra preocupação é em relação à qualidade do curso, que muitos julgam ser inferior em comparação ao ensino presencial. Há ainda o receio de fazer um curso a distância e não ser bem recebido no mercado de trabalho, que poderia valorizar menos esta modalidade.  
Dessa forma, vemos que o debate sobre a EaD é bastante relevante e é importante estarmos abertos para a constante reflexão e atualização de nossas ideias e posições.

EaD e o Brasil – uma solução para muitos


Recentemente, pesquisando vídeos sobre Educação a Distância para conhecer mais sobre o assunto, encontrei este material que me interessou muito. Num país como o Brasil, quando estamos em uma grande metrópole, realmente a questão da falta de tempo e o trânsito tornam-se fatores importantes na escolha de um curso a distância.

Entretanto, em muitos lugares e situações, esta se torna a única possibilidade de acesso aos estudos e ao conhecimento.

Vejam a reportagem aqui.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Para esquentar o debate - entrevistas



Conversei com algumas pessoas próximas para saber o que pensam sobre Educação a Distância. Fiz uma pequena entrevista e o resultado pode ser conferido abaixo.
Certamente, o tema ainda é polêmico...

Os entrevistados são:
L: Lucas Gratz, 30 anos, Engenheiro de Sistemas Eletrônicos
P: Paula, 33 anos, Administradora de Empresas
F: Francesca, 33 anos, formação em Marketing/ Relações Internacionais

1-Qual a sua opinião sobre Educação a Distância?
L: Acho que a educação à distância é uma ferramenta válida, desde que associada a outras formas de aprendizado, servindo mais como um apoio pedagógico. É fundamental que o aluno aprofunde o estudo por conta própria para que a experiência seja mais proveitosa.
P: Acho muito impessoal e desinteressante. Acredito que seja como assistir a um vídeo. Acho fundamental a presença do professor em sala de aula para estimular o interesse, interagir com os alunos e mudar o rumo da aula caso seja necessário. É possível aprender alguma coisa, porém o professor não consegue identificar o nível de seus alunos, se eles estão acompanhando, se deveria recuar ou avançar com o conteúdo.
F: Vejo a Educação a Distância como uma alternativa extra para estimular as pessoas a terem acesso a educação/cursos que tenham interesse em fazer, mas que não podem ou querem estar fisicamente presentes por diversos motivos (ex: difícil acesso ao local onde o curso - local ou internacional - seria ministrado, poder organizar o próprio tempo dedicado aos estudos de acordo com sua disponibilidade, possibilidade de interagir virtualmente com pessoas de muitos locais e diferentes backgrounds, etc). 
Concordo com os pontos mencionados no seu blog sobre a importância de unir boas (e diferentes) tecnologias com bons professores e metodologia adequada. Acredito que a tecnologia pode facilitar, mas professores bem preparados e motivados é fundamental.

2-Você já fez algum curso na modalidade a distância? Se sim, qual curso? Qual foi sua experiência?
L: Sim. Fiz um curso de mercado financeiro da Fipecafi. Achei muito boa a experiência, o curso estava associado a um livro texto onde o aluno deveria se aprofundar e depois o aluno devia fazer uma série de exercícios e provas, cuja dificuldade julguei adequada.
P: Não.
F:  Ainda não fiz nenhum curso 100% a distância, mas tive 2 experiências onde a educação a distância fazia parte do aprendizado.

Uma vez, uma das atividades dos alunos era montar uma wiki, escrever seus próprios textos e em uma segunda etapa comentar o texto dos outros e fazer inclusões. Achei muito interessante o acesso a muito mais informações, de diversas formas e pude ver diferentes opiniões, debates, etc. Notei que as pessoas se sentiam mais abertas para expressar suas opiniões do que na sala de aula.  Por outro lado, senti falta de uma pessoa/equipe responsável pela coordenação das informações e propostas incluídas. Em pouco tempo, o conteúdo da wiki ficou confuso, solto, somente com pequenos comentários e os alunos perderam interesse rapidamente. 
Em outro curso, uma das atividades era desenvolver todo um projeto somente por contato virtual (skype, chat, emails, etc) e somente um encontro presencial foi permitido. Recebemos um ótimo suporte inicial da professora, onde ela nos “preparou” sobre como seria, os desafios que poderíamos encontrar, sugestões de leitura, etc. Como um dos objetivos da atividade era justamente observar se o projeto teria algum impacto por ser feito somente virtualmente, o grupo notou que as barreiras de comunicação foram grandes, mas aos poucos desenvolvemos alternativas para superá-las. Sinto que contamos com maior suporte do professor (monitoramento virtual periódico), o que facilitou muito.

3-Caso nunca tenha feito um curso a distância, você faria? Por quais motivos?
P: Sim. Para conhecer e ver se tudo que acho é realmente verdade ou não. Mas o investimento no curso não poderia ser muito alto.
F: Faço diversos cursos de atualização anualmente e acho que estaria aberta a fazer um curso a distância. Como com os cursos “tradicionais”, buscaria referencias sobre a qualidade do curso, os professores e também o suporte que seria dado.
Nao teria interesse em fazer um curso a distância se toda a informação recebida fosse de forma “passiva” e somente tivesse que escrever projetos, pois um dos pontos que mais me estimula a estudar é o aprendizado não somente entre professor e aluno, mas entre os alunos e não gostaria de perder isso.
Conforme mencionado na questão 1, acredito que os motivos que me levariam a fazer um curso a distância seriam a impossibilidade de estar presente fisicamente no local, maior flexibilidade com horários e a possibilidade de ler/ouvir opiniões de pessoas de muitos outros lugares, com historias e experiências bem diferentes da minha.