quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Gestão da informação e o novo papel do professor


Lendo o blog http://anabeatrizgomes.blogspot.com/ assisti um vídeo de uma palestra de Pierre Lévy no 3º Simpósio Hipertexto e Tecnologias da Informação (dez/2010).

Ele desenvolve o conceito de “Ciclo de gestão do conhecimento pessoal”, explicando passo a passo como poderíamos lidar com a enorme quantidade de informação disponível na internet de modo que esse conhecimento pudesse ser melhor aproveitado. Com a internet, tornou-se comum ouvir as pessoas se queixando sobre o volume de informações, a falta de tempo para acompanhar tudo e a sensação de desorientação que essa velocidade e excesso de conteúdo causam. A proposta de Lévy é no sentido de aprender a selecionar, filtrar e organizar a informação para evitar a dispersão e para conseguir recuperar a informação quando necessário.

Comentários e Debate

Nos comentários publicados no blog destacou-se o novo papel do professor, que deve ficar atento para esta tarefa de filtrar e selecionar a informação, conduzindo seus alunos para uma aprendizagem mais eficiente.

Vale a pena conhecer as ideias desse pensador francês autor de inúmeras obras sobre o mundo digital. 

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Ainda sobre tecnologia e EaD

Sem dúvida, o papel da tecnologia é fundamental para o avanço e a melhoria da EaD. Entretanto, muitas vezes coloca-se toda a responsabilidade na tecnologia, esquecendo que a proposta conceitual e metodológica é tão importante quanto o tecnológico.
É o que discute uma matéria publicada no blog Educação a Distância, que inclui trechos de uma palestra ministrada por Michael Moore, pioneiro do ensino a distância e professor de educação da Universidade do Estado da Pennsylvania, Estados Unidos.
De acordo com a matéria, “Moore afirma que tão importante quanto os investimentos nas novas tecnologias estão os cuidados com os processos pedagógicos, as estruturas organizacionais e as políticas educacionais internas e externas. ‘EAD não é sinônimo de tecnologia. Ainda que as ferramentas sejam um mediador do processo, por si só não viabilizam a efetividade do ensino’, garante ele.”
O professor reconhece que ferramentas como microblogs e redes sociais que surgiram com a web 2.0 apresentam um grande potencial para interação social, mas que cabe aos gestores educacionais identificarem a possibilidade dessas ferramentas no desenvolvimento pedagógico.
É importante considerar que “essas tecnologias, na opinião de Moore, só agregam valor ao processo de ensino quando estiverem acompanhadas de um bom planejamento pedagógico. ‘Os professores deixam de assumir o papel de grandes autores desse sistema e passam a ser produtores e administradores do fluxo de informações disponíveis na rede’, afirma ele. Para Moore, é preciso garantir que os estudantes – com os mais variados perfis – processem as informações em conhecimentos. ‘Os programas precisam ser estruturados para um estudo independente’, diz.”
Finalmente, além da importância da elaboração de um bom projeto pedagógico, do trabalho dos gestores educacionais, deve-se considerar ainda o papel central do suporte político que deve ser oferecido para que haja expansão dessa modalidade de ensino.

Comentários e Debate

A grande maioria dos comentários vai ao encontro das idéias desenvolvidas na matéria. Parece haver consenso entre os leitores no sentido de que a tecnologia é apenas um meio para facilitar a EaD, mas que são fundamentais fatores como: a elaboração de um bom plano pedagógico, de uma avaliação eficiente e de professores qualificados.
Para ler a matéria completa, clique aqui

Tecnologia e EaD

1-Ferramentas

As ferramentas e tecnologias utilizadas em EaD podem ser divididas em dois grupos: autoria e tutoria.

Ferramentas de autoria:
- ferramentas usadas para construir elementos individuais a serem incluídos em um curso (textos, imagens, fotos, gráficos, áudio, vídeos, exercícios etc.)
- ferramentas que permitem a construção de um curso completo (ex: Flash, Lectora e QuickLessons)

Ferramentas de tutoria:
LMS (Learning Management System) são plataformas para tutoria em Educação a Distância. Exemplo de LMS de código aberto: Moodle (Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment).
Os LMSs podem ser comerciais ou desenvolvidos pelas próprias instituições de ensino.
Em inglês, também se usam os termos: Course Management System (CMS) e Learning Content Management System (LCMS).
E em português: AVA (Ambiente Virtual de Aprendizagem)
Ferramentas da web 2.0 e redes sociais também passaram a ser usadas como plataformas em EaD. Ex: blogs e microblogs, wikis, redes sociais e as Google Apps (ferramentas do Google).

2-Atividades

As atividades propostas em EaD podem ser divididas em:

Síncronas: os participantes precisam estar conectados no mesmo período de tempo. Ex: chat, videoconferência, web conferência (Adobe Connect, BigBlueButton, Elluminate, Wimba, Yugma), encontros em mundos virtuais (Second Life, Open Simulator), games multiusuários, etc. 

Assíncronas: as interações acontecem sem dia e horário definido. Ex: fórum de discussão, exercícios, questões, projetos, web quest (pesquisa na internet), etc.

Distância transacional

No curso que estou fazendo aprendi sobre o conceito de distância transacional, desenvolvido por Michael Moore. A distância transacional seria, segundo o autor, um espaço criado pela EaD, que significa um novo espaço pedagógico e psicológico, onde acontece uma forma diferente de comunicação, uma nova transação.

Há três variáveis pedagógicas que afetam a distância transacional:

a) a interação entre alunos e professores

b) a estrutura dos programas educacionais

c) a natureza e o grau de autonomia do aluno

De acordo com Moore, “o sucesso do ensino a distância depende da criação, por parte da instituição e do instrutor, de oportunidades adequadas para o diálogo entre professor e aluno, bem como de materiais didáticos adequadamente estruturados. Com frequência isto implicará tomar medidas para reduzir a distância transacional através do aumento do diálogo com o uso de teleconferência e do desenvolvimento de material impresso de apoio bem estruturado. Na prática isto se torna um assunto bastante complexo, pois o que é adequado varia de acordo com o conteúdo, o nível de ensino e as características do aluno, e principalmente com a sua autonomia.”

Pedagogias

Os autores Anderson e Dron (2011) apontam três gerações de pedagogias para EaD que coexistem hoje e a EaD deve adotá-las de acordo com o conteúdo, o contexto e as necessidades de aprendizagem. São elas: behaviorismo-cognitivismo, socioconstrutivismo e conectivismo.
Pedagogia behaviorista:
Período: segunda metade do século XX
Autores destacados: Edward Watson, John Thordike e B. F. Skinner
Importância: suas ideias impulsionaram o desenvolvimento do design instrucional e sua base, o ISD – Instructional Systems Design, sendo muito utilizadas em treinamento, em que os objetivos de aprendizagem são claramente mensuráveis e demonstráveis comportamentalmente.
Teoria cognitivista
Emergiu da tradição behaviorista, a partir do final da década de 1950, cujos modelos se baseavam nas funções e operações do cérebro e em como os modelos computacionais eram utilizados para descrever e testar a aprendizagem e o pensamento.
Pedagogia behaviorista-cognitivista
Lócus de controle: professor ou designer instrucional
Importância: esses modelos adquiriram destaque em EaD quando as tecnologias de comunicação muitos-para-muitos eram limitadas. Eles enfatizam a importância de usar o ISD onde os objetivos de aprendizagem são claramente identificáveis e declaráveis. O foco é a aprendizagem individual, com liberdade para o aluno seguir seu ritmo; a atividade de docência praticamente se reduz à produção de conteúdo e avaliação. Esse modelo pode ser ampliado em larga escala com custos baixos, o que é demonstrado pelo sucesso das mega universidades a distância.
Pedagogia socioconstrutivista
Lócus de controle: interação social é uma característica definidora. O lócus de controle sai do professor, que se torna mais um guia que um instrutor, assumindo o papel de desenhar as atividades de aprendizagem e a estrutura dessas atividades.
Autores destacados: Piaget, mas principalmente Vygostsky e Dewey
Pedagogia conectivista
Período: final do século XX (era das redes)
Importância: esse modelo observa que há grande quantidade disponível de informações e, dessa forma, o papel do aprendiz é entendido não como o de memorizar ou entender tudo, mas de ser capaz de encontrar e aplicar o conhecimento onde e quando necessário.
Resumindo, a interação em EaD move-se para além das consultas individuais com o professor (pedagogia behaviorista-cognitivista) e das interações em grupos e limites dos AVAs (pedagogia construtivista). A presença cognitiva é enriquecida pelas interações periféricas e emergentes nas redes, em que ex-alunos, profissionais e outros professores são capazes de observar, comentar e contribuir com o aprendizado conectivista.
Uma das tentativas de ampliar o modelo conectivista para larga escala são os MOOCs – Massive Open Online Courses ou Cursos On-line Abertos Massivos, que têm sido coordenados por George Siemens.
No Brasil, a ABED (com o 7º Senaed – Seminário Nacional ABED de Educação a Distância e a Jovaed – Jornada Virtual ABED de Educação a Distância) vem desenvolvendo o que pode ser batizado de MMOOC – Massive Multiplatform Open Online Congress – ou Congresso Multiplataforma On-line Aberto Massivo.

Relação aluno e professor


Continuando com o assunto do post anterior, pode-se dizer que o avanço da EaD e o desenvolvimento das TICs mudaram o cenário do ensino e da aprendizagem, configurando novas funções para alunos e professores.

O aluno EaD:

Segundo os autores Rena Palloff e Keith Pratt, para o aluno de Ead ter sucesso ele precisa:

  • ter acesso a um computador e a um modem ou conexão de alta velocidade e saber utilizá-los
  • ter a mente aberta e compartilhar informações sobre sua vida, seu trabalho e experiências educacionais
  • não se sentir prejudicado pela ausência de sinais auditivos ou visuais na comunicação
  • dedicar boa parte de seu tempo aos estudos e não ver o curso como ‘a maneira mais leve e fácil’ de conseguir créditos ou um diploma
  • ser uma pessoa que pensa criticamente e ser capaz de refletir
  • acreditar que a aprendizagem de qualidade pode acontecer em qualquer lugar e momento

O professor EaD:

Sábio no palco (sage on the stage) à guia do lado (guide on the side)

Com a EaD, o professor tem um novo papel e atua como um mediador, estimulando a troca de conhecimento e acompanhando o processo de aprendizagem.

Educação a Distância - Primeiras reflexões


Como os números mostram, a Educação a Distância (EaD) vem crescendo muito no Brasil e atualmente já atinge 2,5 milhões de pessoas.
Em outros países, essa modalidade de ensino também é bastante conhecida e adotada. Ela pode aparecer com diversas denominações, como: estudo ou educação por correspondência (Reino Unido); estudo em casa e estudo independente (Estados Unidos); estudos externos (Austrália); telensino ou ensino a distância (França); estudo ou ensino a distância (Alemanha); educação a distância (Espanha); teleducação (Portugal) etc.

É bastante comum ouvir críticas à EaD, principalmente afirmando que os cursos a distância não têm a mesma qualidade do que os presenciais, e que os alunos formados segundo essa modalidade são menos competentes do que os alunos formados através do ensino tradicional em salas de aula.

Um exemplo no Brasil que tem gerado muita polêmica é a campanha “Educação não é fast-food: diga não à graduação a distância em Serviço Social”, lançada em 2011 pelo CFESS-CRESS (Conselho Federal de Serviço Social e Conselhos Regionais de Serviço Social), a ABEPSS (Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social) e a ENESSO (Executiva Nacional de Estudantes em Serviço Social), que se manifestam contra a EaD.

No curso que estou fazendo sobre o tema, li que o professor e estudioso da Educação a Distância João Vianney defende que os alunos de EaD são mais proativos que os alunos presenciais.

De fato, vários estudiosos e professores que atuam na área compartilham a mesma opinião. Recentemente, li uma matéria no blog Educação a Distância que entrevistou o presidente da Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED), Fredric Litto. Segundo ele, “o aluno da EAD, apesar de beneficiado pelas facilidades temporais e geográficas, precisa ter mais motivação e disciplina do que o da modalidade presencial. ‘É preciso mais tempo para leitura e participação nas discussões online. A educação a distância também tem menor nível de flexibilidade em relação a prazos. O aluno não pode chorar para o professor’, lembra Litto.”

Comentários e Debate

Os comentários publicados sobre a matéria também ressaltam que é comum o aluno se matricular em um curso a distância achando que será mais fácil e haverá menos exigências do que o curso presencial. Entretanto, sem disciplina e organização o aluno terá problemas da mesma forma que teria no curso presencial.
Outro comentário comum que foi observado é em relação ao perfil do aluno de cursos a distância. A maioria das pessoas que publicou comentário concorda que o perfil do aluno é um perfil mais maduro, de quem não quer perder tempo e, portanto, faz o curso com seriedade.
Um último aspecto que merece destaque é em relação à opinião de professores de EaD. Muitos afirmam que essa modalidade exige comprometimento por parte dos alunos e não oferece espaço para o aluno pedir prorrogação de prazo das tarefas, por exemplo.

Nesse sentido, tanto a matéria quanto os comentários estão em sintonia com os conceitos que aprendi no curso em relação à mudança de papel de alunos e professores.

Para quem quiser ler a matéria completa, clique aqui.